segunda-feira, maio 09, 2005

NADA DÁ PANO PRA MANGA

Tanto deu o que falar o episódio dos “pelados da praça rocha pombo”, que as pessoas acabaram por se afastar das questões que nortearam as iniciativas artísticas do Dia do Nada. (que acabou com a prisão de 3 participantes. No último dia 02).
Uns falaram em manifestação da rebeldia oca de jovens desprovidos de senso crítico. Alguns viram no evento a ilustração do comodismo e da pura falta do que fazer. O soldado Borges achou uma pouca vergonha. O Camargo chamou de palhaçada.
Para que não fiquemos sob o título da polêmica barata, vale trazer de volta à tona as reflexões que deram origem às performances. Em especial, o trabalho “Roupa sem corpo/Corpo sem roupa” (que deu início ao falatório), foi um ensaio sobre conteúdo, o corpo, a ausência, o vazio ocupando o espaço. E também uma estratégia para atrair os curiosos que, ao assistir ao pessoal fazendo nada, faziam coisa nenhuma.
A princípio, não havia caráter de protesto ou reivindicação. Mas não é uma má idéia. A nudez gratuita é vista como uma agressão desproposital enquanto a nudez-produto, etiquetada e embalada para o consumo, escancarada nas bancas e tv, é aceita e apreciada. E suas protagonistas, ao invés das páginas policiais, ganham as colunas sociais e o coração da família brasileira.

B.R.A.S.I.L. - base revolucionária social independente libertária f.c.

Um comentário:

Anônimo disse...

relendo aqui... fiquei pensando pq na época vc teve vergonha de colocar que fui eu que escrevi... tá caretão mas não tá mal não. continuo pensando a mesma coisa sobre o caso..
ana