terça-feira, agosto 29, 2006

quanta tecla para apertar!

finalmente agora VOCÊ poderá postar um comentário nesse blog!!Ha ha ha

segunda-feira, agosto 28, 2006

Partido do Ócio Criativo e +

Já stava me esquecendo do DIA DO NADA - o blog, quando, avisado por um amigo, lí o texto da Célia Musilli sobre o ócio criativo, no jornal FOLHA DE LONDRINA, e acabei postando o escrito aí embaixo.

Fui no orkut, digitei ócio e aparecerem 81 comunidades.... É gente que não faz nada, pra caramba! Dá para montar um partido. Ou uma facção dentro de uma estrutura partidária. Mas tanto esse papo, quanto mostrar o que tem de interessante (ainda não vi, nem li) no orkut, fica para uma próxima vez.

Gostaria de continuar as colaborações com o DDN durante o ano todo e não ter o que fazer na, sempre, primeira segunda de maio, que é quando se celebra o DDN, mas, putz, que trampo!

Então, vou fazendo como dá para ser feito.
recomendo dois blogs meus:
http://bocarra.blogspot.com - crítica política e social [onde vou falar do P.O.C. (partido do ócio criativo) ligado a N.Ó.S. (nova ordem sensorial) ligado ao PO5 (partido outros 500)]

e,

http://poesiatododia.zip.net
com meus poemas. Espero que gostem.

VIVA O ÓCIO CRIATIVO

Publicado originalmente na FLHA DE LONDRINA - 27 de agosto de 2006

por Célia Musilli (http://sensivelldesafio.zip.net)
Vou logo explicando: sou basicamente uma ''workaholic'' por contingência da minha função. Jornais hoje e a mídia de forma geral são fábricas de notícias, tudo rápido, urgente, sem parar. A ponto de o trabalho ser comparado a uma indústria, onde fazemos tudo em série. Sim, porque fazer jornal obedece a um processo sequencial até se chegar ao produto final. E este processo tem que ser eficiente e ininterrupto. Porém, como o jornalismo depende de idéias, discussões, críticas, acho esta dinâmica muito contraditória. Hoje, por exemplo, não faltam ''profetas'' decretando que a imprensa escrita está com os dias contados porque temos a internet. Então, para tudo temos que ter pressa, velocidade máxima, como se entrar numa competição de meios fosse mais importante do que discernir e preservar conteúdos.
Para quem se preocupa com o conteúdo, acho que a leitura de um texto profundo e inteligente ainda é mais prazerosa do que a da notícia em série. Ainda que a velocidade da informação seja, sem dúvida, um fator que soma pontos na disputa por leitores. Afinal, dizem que eles também estão cada vez mais ávidos por novidades. Mas será que não estamos ampliando o monstro da pressa sem tanta necessidade?
Sempre me coloco favorável ao que chamo de ócio criativo, parodiando o sociólogo italiano Domenico De Masi, porque a idéia da ocupação compulsiva não se encaixa no mesmo espaço das ocupações criativas. Quem trabalha com textos, palavras, discursos ou qualquer forma transformadora de pensamento não pode se comportar como um inseto operário. Se não temos tempo para elaborar, investir, refletir e se emocionar, o resultado será medíocre. Faço essas colocações sustentando minha opção pelo Partido do Ócio do Brasil (PDOB). Vocês estão surpresos com a novidade? Pensando que o PDOB é mais uma opção eleitoral registrada no TSE? Calma, ninguém está mal informado a menos de dois meses das eleições. O Partido do Ócio do Brasil é uma comunidade do Orkut, o site de relacionamentos que é um sucesso tem 20 milhões de usuários brasileiros porque acolhe democraticamente uma infinidade de idéias. Há desde grupos que discutem sonhos até os que são loucos por feijoada. E enquanto os gaiatos debatem quantos neurônios tem Hebe Camargo, os antenados falam em Coletivos Inteligentes, que são movimentos que reúnem pessoas em torno de novas ações comunitárias e ideológicas.
Então, eu que sou avessa aos partidos de verdade e me sinto órfã neste momento político do País, me ''filiei'' ao Partido do Ócio do Brasil para exercitar o raciocínio anarquista, uma opção e tanto para as pessoas criativas. E que fique claro, o ócio, no caso, é o oposto da preguiça, é fazer coisas porque se gosta.
O ócio criativo é para as pessoas que querem viver de bem com a vida, fazendo do trabalho um exercício de prazer e não um ato compulsório. Afinal, não somos máquinas, somos seres pensantes, emotivos e não devíamos viver contrariados, presos a cartões pontos e outros mecanismos que tolhem o gosto pelo que se faz. Planejamento é uma coisa, programação é outra. Quem gosta do que faz não precisa de grilhões nos pés nem viver como se estivesse acoplado a um chip de produção. Quem gosta do que faz não precisa ser escravizado pelo relógio, mas é capaz de pular da cama de madrugada para terminar uma tarefa importante para sua realização pessoal. Quantas idéias não nos fazem cócegas às 4 da matina? Para não perdê-las costumo deixar caderno e caneta na cabeceira, porque no dia seguinte o ''estalo'' não acontece ou nunca será o mesmo. O momento da criação é o único relógio ao qual obedeço prazerosamente.
Como toda trabalhadora, cumpro tarefas. Mas procuro não me amarrar somente às regras, transformando o trabalho em ''serviço''. Tem momentos na vida em que não quero ''servir'' mesmo para nada, apenas resgatar minha condição de ser vivente e contemplativo. Como um gato na janela ou uma garça no rio. Nestes momentos a criação tem saltos de qualidade. Acredito firmemente que o trabalho prazeroso é muito melhor do que o serviço obrigatório. Retomar esta verdade é tarefa difícil, mas não impossível. Trata-se de ''reconfigurar'' o mundo e suas relações em busca de qualidade de vida. Qualidade que pode significar uma pausa no cotidiano para jogar conversa fora, tomar café, dividir com os colegas uma caixa de chocolates, buscar alimento nos livros e nas revistas, explodir em risadas. Neste ponto, tenho a sorte de trabalhar com uma das equipes mais bem-humoradas da redação. Sem contar que, na vizinhança, temos Oswaldo Militão e Walmor Macarini, dois colegas que resguardam o clima do trabalho sem stress, fazendo animadas intervenções no expediente que seria muito mais tedioso sem aquela alegria que desbanca a burocracia. Qualidade de vida não pode ser ficção. Tem que fazer parte da realidade inventiva. No jornalismo, prefiro me debruçar sobre conteúdos do que produzir notícias como quem fecha latas de salsichas. Nem sempre é possível, mas insisto. Os conteúdos precisam ser valorizados antes que o mundo se transforme de vez numa indústria de idéias descartáveis como a modinha do último verão. Porque são idéias sem vitalidade ou sem chama criativa. E eu não sou do tipo que faz jornal para embrulhar o peixe.