terça-feira, maio 24, 2005

fotos no fotolog

ENQUANTO NÃO ATUALIZO O SITE, VAI AÍ UM POUCO DAS IMAGENS FEITAS NO DIA DO NADA, NA PRAÇA. PROMETO OUTRAS, LOGO.
http://pileggisa.gigafoto.com.br/

quinta-feira, maio 19, 2005

carta enviada à folha

CORPO NU- Dia 02 de maio,em Londrina, o corpo esteve em evidência.Na manifestação do "dia do nada" onde artistas ficaram nus, um "transeunte" sentiu-se ofendido em seu pudor e acionou a polícia .Questiono em que sentido o corpo nu é obsceno: compartilho da opinião de um Promotor de Justiça do D.F quando diz "o corpo humano, in natura, não é obsceno.O nu não é obsceno". É certo que " Woodstock" passou, porém o sonho de "sou livre" será repetido em cada nova geração, pois esse não é privilégio de 1960 e, tenham paciência, ficaremos tão chatos quanto maduros. É certo que o ócio desse último "dia do nada" foi bem diferente do ócio da filosofia clássica, mas demonstrou que "nada para fazer" por ser destrutivo, tanto que alguém passando pela praça, "não tendo nada para fazer" chamou a polícia e berrou "aquilo é obsceno!" . Saliento, "transeunte", que o tipo objetivo do ato obsceno é a "conotação sexual", o que não ocorreu nesse caso e ainda que o simples ato de estar nu, inclusive em uma manifestação artistica, não é obsceno. Aguardaremos o entendimento do Ministério Público e do Juiz que julgará aquele ato, os quais inclusive "tem muito para fazer".

Escrito por MARA RUBIA MARQUES- Dia 04 ou 05/05/05

texto de ana paula nascimento

Dia do Nada: happening na praça dá margem à reflexão
DIA DO NADA
Uma data para mudar o cotidiano
Ana Paula Nascimento

Criar a suspensão do cotidiano. Essa é a proposta principal do Dia do Nada, movimento artístico que entrou esse ano na sua quarta edição e virou motivo de polêmica ao mostrar em um das suas performances o nu como forma de manifestação artística. Celebrado depois do Dia do Trabalho, no último dia 2 de maio teve como resultado a prisão de três integrantes por ''ato obsceno'' - pelo nu de dois integrantes - e ''desacato à autoridade'' - em decorrência de uma estudante ter chutado as nádegas de um policial e ter jogado uma bolsa de crochê em seu rosto. Após cinco horas de prisão, os três foram liberados e aguardam audiência pelo termo circunstanciado aberto contra eles.
Instalado na Praça Rocha Pombo, o 4º Dia do Nada reuniu diversas manifestações artísticas. Mas, afinal, o que significa a comemoração para os que se dispõem a levar a expressão artística às últimas consequências?
''O Dia do Nada pretende fazer com que as pessoas percebam situações em que elas vivem e que normalmente não se dão conta. A idéia é promover a desmecanização do cotidiano'', argumentou o artista plástico e colunista da Folha, Rubens Pillegi Sá, idealizador do projeto, que também foi preso.
Sobre o nu, Sá vê com naturalidade a manifestação que integrou o seu trabalho intitulado ''Corpo sem roupa, roupa sem corpo''. ''Em nenhum momento tivemos a intenção de protestar contra nada. Não é como nos anos 60 que através do nu se defendia o amor livre, se protestava contra a ditadura. Simplesmente o nu fez parte da nossa performance e é interessante notar que o problema maior é o nu masculino. O corpo nu da mulher já foi banalizado, é a carne mais barata do mercado e as pessoas se incomodam menos'', argumentou.
Na opinião do artista, cada pessoa carrega seu repertório de ''filtros'', repletos de preconceito, tolerância, humor e disponibilidade para tentar compreender algo novo e diferente. ''Não tem como o artista interferir na compreensão das pessoas. Há liberdade para compreender com o próprio repertório, mas acho interessante a reflexão se Londrina pretende ser uma cidade com mente provinciana ou de espírito cosmopolita'', afirmou.
Sá lembra que o nu, que há cerca de 15 mil anos já era retratado em pinturas rupestres, passou a chamar mais atenção do que as prostitutas e usuários de drogas que frequentam a praça diariamente. ''O estranhamento é mais pelo moralismo, o preconceito e a questão da tolerância'', destacou, lembrando que a versão do evento em 2003 também teve um nu feminino que não acabou em prisão. ''O Dia do Nada não é contra o trabalho. Ele é contra a ganância de alguns segmentos que escravizam a sociedade'', acrescentou.
Chamados de ''palhaços'' por um apresentador de um programa policial televisivo, Sá disse que a afirmação não os ofendeu já que eles, enquanto artistas, levam alegria e diversão para as pessoas, ''ao contrário de outros que sobrevivem da miséria humana''.
Serviço:
- Para mais informações sobre o Dia do Nada, confira o site www.nothingday.hpgvip.ig.com.br. Até o final do maio está previsto o lançamento da revista sobre a edição do 4º Dia do Nada.
rubenssa@onda.com.br

ERRO DE PORTUGUÊS

quando o português chegou
debaixo de uma bruta chuva
vestiu o índio
que pena!
fosse manhã de sol
e o índio
tinha despido o português

domingo, maio 15, 2005

2 de mayo - Día Internacional del Ocio

Frente al primero de mayo, día internacional de la tortura asalariada (trabajo), existe una fecha histórica y enmudecida por la tremenda tradición impuesta de elogio al trabajo, una fecha de rechazo al trabajo asalariado.
En 1896, los mineros de Dantzing, Polonia, se hallaban de huelga en brazos cruzados, mientras la mayoría de los trabajadores as paraban por la jornada laboral de 8 horas, estos mineros en reclamo de una reducción de la jornada de 5 horas marcharon a ocupar sus puestos el 1º de mayo decididos a mantenerse ociosos por tiempo indeterminado. Aunque la ocupación fue pacifica, los trabajadores cercaron con explosivos la boca de la mina para que las fuerzas de represión no pudieran entrar. En respuesta, el 2 de mayo, las tropas del ejército atacaron a cañonazos el lugar, cuya entrada se derrumbó provocando la muerte de 67 mineros por asfixia.
Ese mismo año, Paul Lafargue (autor del mítico panfleto “derecho a la pereza”) propuso al parlamento francés que a partir de ese momento aquel día fuese declarado feriado oficial.
Aunque el proyecto no prosperó, un grupo de disidentes de la Primera Internacional de trabajadores as lo mencionó nuevamente con el intento de formación de una internacional ociosa en la ciudad de Bordeaux, Francia, en 1898. esa reunión donde se redactó un documento llamado “Prolegómenos para una sociedad del ocio”, propuso, entre otras cosas, una consigna diametralmente opuesta a los discursos de todas las organizaciones de trabajadores y trabajadoras de aquel entonces: “A CADA UN SEGÚN SUS NECESIDADES, DE CADA UN SEGÚN SU VOLUNDAD”. Y por moción del delegado polaco Ren Kowalsky, superviviente de la matanza de Danzing, se llamó a que el 2 de mayo fuese declarado “Día Internacional del Ocio”. En esa fecha y en distintos lugares se celebran diferentes actos por el derecho a la pereza y contra el trabajo forzado, como ejemplo valga la acción llevada a cabo por la sección argentina de la Fundación de la Alegría al trabajo. El 2 de mayo de 1995 convocaron la primera marcha a desgano (de 100 metros) que realizaron más de 50 alegricos en la plaza San Martín de Buenos Aires. Ese mismo día anunciaron a la prensa burguesa su auto – disolución debido al enorme trabajo que supone mantener una asociación de alegría misma.

TEXTO RETIRADO DO ZINE AHORA ES EL FUTURO, Nº 4, Ano 3 “Vivo en la tierra de los muertos”, publicado na Argentina.

sábado, maio 14, 2005

http://www.tipos.com.br/item/27751

des-comentário:se adan é próximo de adão, contrário para palavra NADA, AVE é contrário da palavra EVA. O q torna tudo uma questão de princípios.CLARO q o nada é só um tema para se sobrevoar.nada por nada, escrever em blog sobre NADA é a nadificação da vaidade. e comentar, então, é menos ainda.É nessa hora que aparece a verdadeira ideologia dos pensadores londrinenses, atacando de “anciões sábios da tribo”, defendendo a familia, tradição e propriedade, como intelectuais oficiais de plantão. São a favor da cultura da cidade desde que continue em suas igrejas o poder de dizer o q é certo ou errado nessa seara.Em uma região onde a soja é monocultura em latifúndios, a pintura, para o gosto vigente da cidade, torna-se a única maneira “nobre” de se apreciar arte.
peladão da rocha pombo
- Domingo, 15.05.05 - 00:33:02

http://www.tipos.com.br/item/27751

comentários

como sempre é bom frisar, esses hippies que se fodam.eu não consigo ver, meu caro briguet, distração melhor que o trabalho para as angústias e agruras da vida. principalmente quando a gente faz o que gosta e consegue se envolver com isso a ponto de esquecer dos problemas. cabeça vazia é a oficina do diabo, não é verdade?

vidal - Terça, 03.05.05 - 11:16:25é. cabeça vazia é a oficina do diabo. daí que proliferam-se igrejas, seitas e afins: tentam conter o vazio, que a cada dia ganha mais espaço.

moraes - Terça, 03.05.05 - 11:23:44pois é. quem precisa de igreja quando acorda e encontra uma bela enxada, um rastelo reluzente e um serrote afiado lhe esperando?

vidal - Terça, 03.05.05 - 11:28:56exato. quem sonha com um celular novo quando tem uma vaca pra ordenhar, uma horta pra regar, uma roça pra arar?

moraes - Terça, 03.05.05 - 11:35:56Sábias palavras. Quem vai pensar em um laptop novo ou na bota A.Herchcovitch quando tem um tanque cheio de roupa para lavar ou uma sala para lustrar com o esfregão de ferro.
Janaína,a Ávila - Terça, 03.05.05 - 11:39:35verdade. quem precisa de trabalho quando tem uma praia particular, um jato e 100 milhões de dólares?
g.e. - Terça, 03.05.05 - 11:50:12vide todos os políticos, tão ocupados e atuantes que mal têm tempo de aproveitar suas casas de campo com piscinas em forma de coração.

abigail - Terça, 03.05.05 - 11:59:21como a senhora é hipócrita. sei bem quem foi viajar “a trabalho” e só fez se divertir. pfff, socialites...

vidal - Terça, 03.05.05 - 12:02:50O Xumaquer não faz nada a maior parte do tempo e ganha R$ 3,20 por segundo da empresa onde trabalho. Ele ganha pelo tudo. Eu ganho pelo nada.
Rubinho Barriquelo - Terça, 03.05.05 - 12:27:41

Tiveram o que mereciam.
Alborgheti, cadeia neles! - Quarta, 04.05.05 - 09:44:01

http://www.tipos.com.br/blog/42/

O bem-bom é bem chato
NADA ao contrário é ADAN. Palavra muito próxima de Adão, o primeiro homem, que vivia no bem-bom lá no Paraíso, até provar do fruto proibido. Sua punição – e a de Eva, outra até então desocupada – foi a de ganhar o pão com o suor do próprio rosto. E nós pagamos a conta até hoje.O castigo de Adão, no entanto, pode ser transformado em benção. Desde que o trabalho não represente um fardo, ou um simples acúmulo de atividades inúteis. Triste mesmo foi o destino de Sísifo, obrigado pelos deuses a carregar uma rocha até o topo de montanha e, uma vez lá, assistir à rocha deslizar montanha abaixo, todos os dias, para sempre.Ontem, um pessoal aqui de Londrina realizou o Dia do Nada – uma espécie de Dia do Trabalho às avessas.Freud dizia que só o trabalho e o amor dão algum sentido à existência. Assim como não vejo no ódio uma solução para as angústias amorosas, não acredito que os problemas do trabalho sejam resolvidos através de uma apologia da nadificação (olha aí uma palavrinha sartreana). O que foi o Dia do Nada? Teve uns caras amarrados em cadeira na praça; um pessoal tocando violão; um sujeito preparando sopa de pedra. Houve até dois ou três que se deram mal por exibirem as partes. Os peladões foram parar no xilindró.Ah, passa amanhã! Essa história de Dia do Nada é muito hipponga, muito bicho-grilo pro meu gosto. Lembra em demasia aquelas performances (ou happenings) da década de 70. E mesmo essas performances já eram um remendão do velho surrealismo. Com a licença do meu querido Grota, isso é uma tremenda falta de enxada! Assumida. Por falar em anos 70, quando eu era criança achava que os dias úteis deveriam ser o final de semana e vice-versa. Hoje sei que se isso acontecesse o mundo ficaria muito chato. Viveríamos endomingados. É preciso um pouco de ócio para todo mundo, mas uma vida só de ócio seria um tédio.Certa vez um vizinho de Jorge Amado viu o escritor baiano todo sujo de barro, podando as plantas no jardim de sua casa. O homem perguntou:– Trabalhando, seo Jorge?– Não. Tô descansando.No outro dia, o mesmo vizinho pegou Jorge Amado deitado na rede:– Descansando, seo Jorge?– Não. Tô trabalhando.Eu não gosto do Jorge Amado, mas a historinha é ilustrativa. Trabalhar pode ser uma coisa tão boa quanto podar plantas ou escrever livros. O bem-bom é que é bem chato. A não ser que seja no Kotovelo´s Bar. Ou no blog.

paulo briguet

quinta-feira, maio 12, 2005

artigo de célia musili na folha L.

O choque do nu

Célia Musilli

O Dia do Nada, comemorado por um grupo de artistas de Londrina na semana passada, rendeu mais do que performances na rua, rendeu prisão para três integrantes que tiraram a roupa em praça pública.
O ato considerado ‘‘obsceno’’ que justificou a prisão dos artistas, deixa no ar interrogações e indica que a reflexão é o caminho para compreender o que não pode ser taxado apenas como manifestação sem pé nem cabeça. Quem viu no happening apenas os artistas sem roupa não atentou para o título da instalação que justificava o nu: ‘‘Corpo sem roupa, roupa sem corpo’’. A oposição dessas idéias indica que se pretendia mais do que chocar a opinião pública. Um choque também questionável porque o nu, no país do Carnaval, já ganhou as ruas há muito tempo.
Quem se chocou com o nu num contexto diferente do carnavalesco ou do show que a mídia oferece diariamente com mulheres e homens expondo corpos como mercadorias, talvez não tenha compreendido que no Dia do Nada o nu significava a retomada da individualidade numa sociedade massificada. Mais do que corpos sem roupa e também desprovidos de qualquer apelo erótico, chamaram minha atenção as ‘‘roupas sem corpo’’, aquelas ‘‘embalagens’’ de gesso vazias que fazem sentido para quem observa que a roupa não é mesmo nada se não tiver conteúdo, de preferência conteúdo humano e de qualidade. As ‘‘roupas sem corpo’’ foram o protesto mais contundente do Dia do Nada a um mundo sem conteúdo, onde a roupa vale mais que o indivíduo. Um mundo onde se valorizam grifes que massificam identidades. E quando, enfim, o artista fica nu, diluem-se num corpo de carne e osso as expectativas de poder a partir de signos que formatam as aparências. E as aparências enganam. O nu nunca esteve dissociado da arte que, libertária por natureza, sempre absorveu a beleza ou feiúra dos corpos indicando que somos apenas humanos, demasiadamente humanos, e assim nus podemos ser representados nas esculturas gregas, na fotografia contemporânea ou num happening no fim da tarde. Está certo que na ‘‘terra brasilis’’ a nudez passou a ser vista como pecado desde que vestiram os índios. Mas um passeio rápido pelo repertório da cultura nacional aponta nichos onde o corpo, o erotismo e o sexo são tratados de forma grosseira e simplista e ninguém se choca. A mesma sociedade que considera inofensivo o refrão da música ‘‘Festa no Apê’’, que fala em orgia e bunda-lê-lê, não suporta a nudez sem revestimento erótico à luz do dia. E foi isso que os artistas do Dia do Nada fizeram, tiraram a roupa sem apelo erótico e sem imprimir no gesto qualquer contestação a não ser a do direito de retomar sua identidade humana. Nus em pêlo como vieram ao mundo. A contradição dos que se escandalizam é aceitar a banalização do corpo e reprimir a nudez sem apelo sexual.
A mim choca mais ver um cachorro vestido do que um ser humano nu. Dias desses vi na rua um cão de colete que não conseguia coçar o pescoço porque uma ‘‘gravata’’ o impedia. Aí sim, deu vontade de gritar para o guarda: ‘‘Solte o lulu e prenda a madame.’’

CÉLIA MUSILLI é jornalista da Folha e editora do Caderno Folha2 e da Folha Cidadania

quarta-feira, maio 11, 2005

alfabeto visual

ROUPA SEM CORPO / CORPO SEM ROUPA

Na mídia - Enfocado em páginas e matérias de cultura na cidade e se estendendo até a programas policiais, o Dia do Nada deste ano acabou terminando 5 horas depois do previsto, gerando muito mais assunto do que se esperava, já que três de seus participantes acabaram detidos na delegacia por ''atos obscenos'' e ''desacato à autoridade'', pela prática de nudismo em local público.

Conceito geral - Evento que vem acontecendo desde 2002, o Dia do Nada reúne artistas e não artistas em diversas cidades e na Internet para uma reflexão sobre o ócio em nossa sociedade, o vazio existencial de que nos falam os filósofos, o absoluto na supressão de um tempo e espaço físicos e para a criação de trabalhos em arte, inspirados nesse tema. O evento não é contra o trabalho, ele é contra o trabalho desprazeroso, mecânico, robotizado, alienado. Não defende o ócio, é contra a ganância. Não se opõe às atividades policiais, é a favor da liberdade. Não é, tampouco, protesto ou reivindicação, mas reconhece o caráter perturbador de um tema como esse em nossa sociedade. E nem faz apologias ao nudismo, embora tenha parecido que o evento se resumisse a tirar a roupa em praça pública.

Os trabalhos - Outras intervenções fizeram parte do Dia do Nada deste ano, ''suspendendo temporariamente o cotidiano'', tornando a praça Rocha Pombo o local visado pelos participantes para a realização do evento. Dentre os trabalhos apresentados, figuram a ''Performance da Incomunicabilidade'' - em que duas pessoas ficaram amarradas em cadeiras, com os olhos, boca e ouvidos tapados durante quatro horas; a ''Sopa de Pedras'' - cozinhada e servida na praça; os ''Sudaryos'' - pintura utilizando o corpo como pincel; a música ''Obrigado. De nada'' - especialmente composta para a ocasião; a boneca ''Nadia''; a reunião entre amigos, aliados e artistas fazendo ''nada'' na praça; além dos curiosos e da própria imprensa que, ao documentar o evento, também participa dele. Mas não foi só na praça londrinense que a manifestação aconteceu. Também em Belo Horizonte - com um grupo de garotas fazendo chapinha no cabelo e indo em um mirante onde ventava muito; Recife - com a D'A-Improvizzo Gang da Universidade Federal de Pernambuco e Arthur Leandro passeando de trem pela Europa, justificando assim o título ''Nothing Day'', deste ano. Quem quiser saber mais desses trabalhos pode acessar o blog http://nothingday.blogspot.com .

Ponto de vista autoral - Mas o que se transformou em polêmica foi a performance do nudismo, acontecida dentro da proposta Roupa sem corpo / Corpo sem roupa, de minha autoria. Sobre a questão comportamental que envolve o tema, chamo atenção para o artigo publicado ontem neste jornal, na seção Espaço Aberto, sob o título ''O choque do nu''. Aqui enfocarei a performance / instalação - proposta para ser exibida na praça - sob o ponto de vista de seu processo criativo, uma vez que o julgamento sobre seu valor estético, comportamental ou moral é matéria de interpretação de cada um sobre a obra, tornando-a mais ou menos interessante conforme diferentes pontos de vista. O que estava em jogo, no caso desse trabalho, eram, de um lado, as roupas abertas moldadas em gesso, como se estivessem em movimento pelo espaço, fazendo uma alusão à história da arte clássica e ao uso desse tipo de material tradicional. E, também, aos mortos vivos de vidas vazias que estão entre nós. E, do outro lado, pessoas sem roupa, em uma relação direta com a arte contemporânea. Ou seja, representação (gesso) em oposição à ação (corpos nus) no local. Objetos X fluxo. Relação entre dentro e fora. Complementaridade entre orgânico e inorgânico. Elementos separados e contraditórios ligados por um conceito que o próprio título da obra explica: Roupa sem corpo / Corpo sem roupa. As interpretações e julgamentos que continuam vindo à tona a partir do que foi exposto, dizem mais respeito ao posicionamento das pessoas do que, propriamente, à obra, que serviu apenas de veículo para as mais diferentes visões. Do comentário mais reacionário e conservador ao mais deslumbrado e tolerante. Da indignação à excitação, o nu, que foi apenas parte de um trabalho dentro do evento do Dia do Nada, acabou aflorando uma discussão na cidade, que, pelo menos, mostra que os tabus ainda estão aí e é clara a necessidade de debatê-los.

Rubens Pillegi Sá é colaborador da Folha 2 e idealizador do Dia do Nada. rubenssa@onda.com.br

Rubens Pileggi SáEspecial para Folha 2

segunda-feira, maio 09, 2005

Mutilação sensorial, Performance-se da incomunicação ou Dia do Nada – por Thaís Regina

E assim mudos e com os corpos
Calados em sua singela
Carnificina de sal
Os dois seres são postos à frente
Com os sentidos mutilados.
Sarcasmo, sadismo ou masoquismo?
Talvez nenhum desses conceitos ocidentais
Possam descrever a incomunicação
Sensorial concedida, programada
Com lugar, hora e dia
Pré estabelecido, pactuado.
A visão: a mais significativa
Cosmovisão do nada,
Permanece estática em sua
Cegueira exterior.
Olhando-se para dentro das entranhas
Das vísceras, do varal de carne seca
Que habita o buraco posterior ao
Esôfago, o caminho da putrefação
Até dava pra escutar o
Barulho abatucado do tímpano
Reagindo ao silêncio das
Memórias.
Pra dentro e pra trás:
A película movimenta-se
Como se querendo
Fugir da morbidez auditiva
Sem conseguir, afinal.
Quando não se tem o que dizer
Ouvir torna-se estritamente
Desnecessário, desinteressante
Desaconselhável.
O emudecimento faz
Do som dos fonemas
Uma parede de tijolos
E concretos
Tal muro de Berlim
Só que mais endurecido
Pelo vazio silábico
Que as verdades
Acreditam ter.
A sonoplastia perde
Seu ato principal
E aí só se apresenta com os
Coadjuvantes e um cenário de
Gesso, papel crepon e
Roupas sem conteúdo dérmico-carnal.
Nada mais será dito sobre nada.
Para ver?
Existe uma antiga fonte sem água
Numa praça contendo galinhas
E camelôs,
Mas que ao entardecer noturno
Torna-se a desmemorialização corpórea
Do absurdo: a praia de nadismo; o jardim dos pombos
Diga-me o que pensas
E eu não te direi quem és.
Peformance da (in) comunicação

Aurélio diz que comunicação é o ato ou efeito de emitir, transmitir e/ou receber mensagens por meio de métodos ou processos convencionados. Con-ven-ção; palavra forte, autoritária, castradora até.
Nas horas em que permaneci atada, amordaçada e impedida de ver, experimentei uma liberdade que há muito não experimentava; na infância talvez, com a descoberta dos novos sabores e cheiros; ou na adolescência, com o fascínio pelas novas experimentações táteis, a libido e os fluídos corporais que ganhavam sentido. Privada dos sentidos, ou pelo menos com grande parte deles bloqueada, fui obrigada a reconvencionar, reinventar um meio de ver o mundo, migrar no tempo/espaço despercebido; tudo é desconstrução, Hegel estava certo com aquele papo todo sobre dialética.
Mutilação, uma espécie de efeito “frankeinstein” dos sentidos, bricolage sensorial. Ressaca de ayuasca, saca? Saco de plástico cheio de ar, o nada estoura e engole tudo, despragmatiza, volatiza o cotidiano.

DEFLORA A PAUSA SÉRIA DO SILÊNCIO, GRITA!

Mutilação Sensorial
Oco
Vago inverso;
Enfio-me no universo
Grávido de sons
Por uma brecha escura de não-ser.
O silêncio deflorado berra!
Urge um disparate mudo,
Encerra em si um sem número de não-limites.
Amputadas as cores, texturas, sons e cheiros,
O tato se dilata,
A pele ganha o espaço sem-tempo
Corrompendo os minutos ávidos de inércia.
Mutiladas as minhas grades,
Minhas correias sensoriais,
Fui inteira...
E o meu vazio engoliu aquela tarde.

Pernambuco

sexta passada, dia 06, fizemos nosso ND
Foi óooooooooooooooooootimo.
Lá no pátio de entrada do Centro de Artes da UFPE.
infelizmente minha super-máquina fotográfica pifou na hora.
mas alguém fez um daquelex filmes de digital... Tou esperanod que me envie para te mandar.
abraços e beijos
michelottos
P&P
d´Imprtovizzo Gang

meu dia do nada

passei viajando de Kassel e Avignon, e nao fazendo nada,absolutamente nada dentro do trem.

Arthur Leandro

NADA DÁ PANO PRA MANGA

Tanto deu o que falar o episódio dos “pelados da praça rocha pombo”, que as pessoas acabaram por se afastar das questões que nortearam as iniciativas artísticas do Dia do Nada. (que acabou com a prisão de 3 participantes. No último dia 02).
Uns falaram em manifestação da rebeldia oca de jovens desprovidos de senso crítico. Alguns viram no evento a ilustração do comodismo e da pura falta do que fazer. O soldado Borges achou uma pouca vergonha. O Camargo chamou de palhaçada.
Para que não fiquemos sob o título da polêmica barata, vale trazer de volta à tona as reflexões que deram origem às performances. Em especial, o trabalho “Roupa sem corpo/Corpo sem roupa” (que deu início ao falatório), foi um ensaio sobre conteúdo, o corpo, a ausência, o vazio ocupando o espaço. E também uma estratégia para atrair os curiosos que, ao assistir ao pessoal fazendo nada, faziam coisa nenhuma.
A princípio, não havia caráter de protesto ou reivindicação. Mas não é uma má idéia. A nudez gratuita é vista como uma agressão desproposital enquanto a nudez-produto, etiquetada e embalada para o consumo, escancarada nas bancas e tv, é aceita e apreciada. E suas protagonistas, ao invés das páginas policiais, ganham as colunas sociais e o coração da família brasileira.

B.R.A.S.I.L. - base revolucionária social independente libertária f.c.

COMO DIZIA N RODRIGUES

TODA NUDEZ SERÁ CASTIGADA

sexta-feira, maio 06, 2005

e1/2 de rosane araujo

> Rubens Sá- Conforme noticia dia 01/05 a comemoração do nothing day teria> > inicio as 12:00 do dia 02.05 e lá fomos nós, eu e uma amiga.
Perambulamos>no> > trecho praça/ igreja até 14:00 e fomos embora decepcionadas.
Ontem >fiquei> > estarrecida com a nota policial informando que houve prisão, agressão e>não> > ENTENDI o motivo pelo qual a reportagem do caderno 02(ontem) não >publicou> > uma única palavra em manifesto ou apoio ao artista ou a arte.
Me permita>um> > questionamento: qual a intenção,objetivo do nu em público, homem>amordaçado> > e passeata gay em escada de igreja? Ocorreu a passeata? Não que todas as> > nossas atitudes tenham que ter um motivo mas não consegui "alcançar" o> > objetivo de vcs e inclusive achei que fugiram da idéia inicial e >acabaram> > por misturar as coisas. O nothing day deixou de ser leve e divertido e >se> > tornou um manifesto? Me atrevo a ir mais adiante e opinar quanto a >paseata> > gay, pois isto em nada mudaria a sociedade e apenas serviria para que >esta> > mesma sociedade dissesse "aí, eu não disse que ELES eram >assim"...Lamento>o> > acontecido com vcs e a arte pois isto serviu apenas para mostrar que o >ser> > humano leva anos para avançar um centímetro e minutos para regredir >anos.> > Ignore as concodrâncias e observe apenas minha intenção de opinar> > positivamente como leitora.Um grande abraço e sucesso para vcs.
>Infelizmente> > esta carta NÃO ESTA AUTORIZADA a ser publicada pela Folha de Londrina.>ET-> > o email que saiu publicado para contatar com o nothing day está errado,>tem> > pontos ou traços errados, verifique por favor pois não conseguimos>acessar.> > Tchau.

fotos e comentários

De:
"diogo.venus"
Para:
rubenssa@onda.com.br, gabiartes@yahoo.com.br, marcelaastral@hotmail.com, boisonso@pop.com.br, idiamim17@yahoo.com.br, thulita_04@yahoo.com.br, keka58@yahoo.com.br
Assunto:
VIVA O DIA DO NADA
Então galera...vcs me pediram algumas fotos do DIA DO NADA ESTOU disponibilizando as na net para facilitar as coisas..é só clicar no link abaixo e lá dá pra baixar todas as fotos....e todo dia eu vou estar jogando mais fotos novas...se não der liga no link, digitem lá em cima e entrem no site assim mesmo... http://dioguera.gigafoto.com.br/ Aproveito para pedir que disseminem essa informação para que as outras pessoas que estavam lá no dia possam ter essas fotos consigo, é só indicar o site...POR FAVOR REPASSEM.. Também comentem e entrem em contato se estiverem afim...não deixem de conferir...um abraço para todos.... DIOGO

deu na foia

http://www.bonde.com.br/folha/folhad.php?id=474&dt=20050503

Dia do Nada termina com artistas na cadeia

O Dia do Nada manifestação promovida há quatro anos por artistas londrinenses que destacam a importância do ócio após do Dia do Trabalho (leia mais na Folha 2) - acabou ontem com a prisão de três participantes. O evento foi realizado à tarde na Praça Rocha Pombo. O artista plástico Rubens Pillegi Sá, 43 anos, a aluna de artes plásticas da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Thaís Toledo, 22 anos, e o ex-aluno de Ciências Sociais, Rodrigo Xavier Valin, 26 anos, foram algemados e encaminhados para a 10 Subdivisão Policial por volta das 18 horas, enquadrados em ''ato obsceno'' e ''desacato à autoridade''. Segundo a polícia, transeuntes teriam requerido o serviço policial após virem Valin sem roupa. Os policiais disseram que, ao abordar o grupo, houve resistência e os outros dois manifestantes também tiraram a roupa. A estudante de Ciências Sociais da UEL, Thaís Regina Mantovanelli da Silva, que também participava do evento, disse que houve violência na abordagem da polícia, e que os colegas ficaram poucos minutos sem roupas. ''Quando os policiais chegaram, eles já estavam vestidos. Questionamos a prisão do Deti (Valin) e eles nos ameaçaram dizendo que até aquela hora ainda não estavam mostrando o que é ser 'policial''', destacou Thaís, acrescentando que eles usavam armas de grosso calibre. A estudante de jornalismo da UEL Paula Oliveira Cantieri, 22 anos, afirmou que foi agredida. Com marcas avermelhadas no pescoço e na mão de direita, disse que foi machucada após um policial tentar pegar sua câmera fotográfica. ''Ele não conseguiu pegar minha câmera. Vou a um posto de saúde para depois prestar queixa por agressão'', afirmava ela, que junto com outros amigos dos manifestantes detidos aguardava na porta da delegacia a resolução do caso. O delegado de plantão, Aírton Suplício, garantiu que os manifestantes seriam soltos ainda ontem e que responderão em liberdade o termo circunstanciado por ato obsceno. Se forem condenados, a pena nesses casos normalmente é trabalho administrativo ou prestação de serviço social.
Ana Paula NascimentoReportagem Local

como foi a chapinha?

foi mais ou menos assim...fizemos escova, chapinha, toca... tudo no cabelo. fomos aobairro mangabeiras, pois lá é bem alto e tem um mirante ondeavistamos a cidade e as montanhas. deixamos o vento bater emnossos cabelos por um tempo. por lá estavam algunsvisitantes, gente da nossa cidade e de outras também,vendedores de pipoca, água de côco etc. o local possui umarede onde as pessoas podem descansar, pensar, namorar, o qquiserem. mamãe helena, da érika, fez as fotos pra gente, umamor. ela também elogiou nossos cabelos. as pessoas qestavam no local não obervaram nada de diferente. só agente. voltamos pra casa e lavamos nossos cabelosrapidamente.

opinião dos leit. da F. de L.

http://www.bonde.com.br/bondenews/bondenews.php?&oper=opiniao&&prox_x=4

"Achei legal,mas quero saber sobre a prisão de 02 manifestantes."Lucia, Piraju - 02/05/2005:: Opinião relacionada com a matéria ""4º Dia do Nada" parou pedestres na Rocha Pombo":: Leia outras opiniões sobre esta matéria

opinião dos leitores da F. de L.

http://www.bonde.com.br/bondenews/bondenews.php?&oper=opiniao&&prox_x=2


Também poderia se chamar o Dia da Falta do que Fazer. Num país que precisa produzir, ainda encontramos pessoas dispostas a fazer uma "reflexão sobre o ócio depois do Dia do Trabalho". Talvez devêssemos refletir sobre como fazer para nossa sociedade fosse mais justa, nossas criançãs fossem mais bem tratadas e outras coisinhas mais. Parem o mundo que eu quero descer."Cesar M.Camarinha, Londrina - 03/05/2005:: Opinião relacionada com a matéria ""4º Dia do Nada" parou pedestres na Rocha Pombo":: Leia outras opiniões sobre esta matéria
"Acredito ser essencial uma auto-analise, buscando compreeder como administramos nosso tempo e se o destinamos à nossafelicidade."nilton Angelini, londrina - 03/05/2005:: Opinião relacionada com a matéria ""4º Dia do Nada" parou pedestres na Rocha Pombo":: Leia outras opiniões sobre esta matéria
"Reflexão sobre o ócio de uma segunda-feira, ócio de quem? deles, pois celebrar o 4º Dia do Nada é mesmo pra quem não tem o quê fazer."João Gabriel Consalter, Londrina - 03/05/2005:: Opinião relacionada com a matéria ""4º Dia do Nada" parou pedestres na Rocha Pombo":: Leia outras opiniões sobre esta matéria

opinião dos leitores da F. de L.

http://www.bonde.com.br/bondenews/bondenews.php?&oper=opiniao&&prox_x=2


Também poderia se chamar o Dia da Falta do que Fazer. Num país que precisa produzir, ainda encontramos pessoas dispostas a fazer uma "reflexão sobre o ócio depois do Dia do Trabalho". Talvez devêssemos refletir sobre como fazer para nossa sociedade fosse mais justa, nossas criançãs fossem mais bem tratadas e outras coisinhas mais. Parem o mundo que eu quero descer."Cesar M.Camarinha, Londrina - 03/05/2005:: Opinião relacionada com a matéria ""4º Dia do Nada" parou pedestres na Rocha Pombo":: Leia outras opiniões sobre esta matéria
"Acredito ser essencial uma auto-analise, buscando compreeder como administramos nosso tempo e se o destinamos à nossafelicidade."nilton Angelini, londrina - 03/05/2005:: Opinião relacionada com a matéria ""4º Dia do Nada" parou pedestres na Rocha Pombo":: Leia outras opiniões sobre esta matéria
"Reflexão sobre o ócio de uma segunda-feira, ócio de quem? deles, pois celebrar o 4º Dia do Nada é mesmo pra quem não tem o quê fazer."João Gabriel Consalter, Londrina - 03/05/2005:: Opinião relacionada com a matéria ""4º Dia do Nada" parou pedestres na Rocha Pombo":: Leia outras opiniões sobre esta matéria

na boca do povo

fui pegar as fotos na casa da Gisele, ontem, dia 05, e, no caminho, duas mocinhas comentavam se era ou não era um crime tirar a roupa em público. Uma era a favor, outra contra. "E esse dia do nada, o que é isso?", uma delas perguntou para outra.

quinta-feira, maio 05, 2005

primeiro balanço

1 - que uma das possibilidades do trabalho ROUPA SEM CORPO/CORPO SEM ROUPA era a de promover o nudismo, mas de atrair para o DIA DO NADA uma atenção que faria dos curiosos participantes do evento. Afinal, alguém que se dispõe a ver alguém FAZER NADA está fazendo menos do que quem está disposto a fazer algo, n caso tirar a roupa.

2 - o participante desconhecido que tirou a roupa sabia que estava sendo visto pelos soldados, provocando-os durante todo o evento. Sua intenção foi a de roubar a cena para si, daí minha intervenção. Eu não o deixaria se tornar herói assim, às minhas custas, simplesmente porque desviou o assunto sobre o evento.

3 - No fim das contas, a comissão do DIA DO NADA agradeçe ao soldado Borges - apesar da truculência - por ter ajudado a promover o evento, que saiu na capa e na chamada dos principais meios de comunicação local.

4 - Respondendo ao apresentador de programa policial Camargo, tenho a dizer que ele está coberto de razão em dizer que o que fizemos foi palhaçada, pelo menos nosso negócio e diversão e alegria. E não ganhar dinheiro às custas da desgraça alheia.

5 - Quanto ao discurso moralista do constrangimento que passaria uma senhora, uma mãe, uma mulher ao atravessar a praça e ver os "peladões", a resposta é simples:
a - por acaso vossas mães não possuem genitais?
b - estranho é andar vestido. natural é andar nu.
c - nossa origem indígena e o tropicalismo natal nunca tiveram pudores em se mostrarem como viemos ao mundo.
d - porque na tv pode, nos cartazes e revistas nas bancas pode, e na praça não pode?
e - os soldados e o apresentador estranham o nudismo na praça, alegando desrespeito aos transeuntes, mas não se ofendem com o fato daquela ser uma praça central na cidade convivendo diariamente com a prostituição, o uso de crak, a cola de sapaterio e com mendigos jogados no meio dela.

6 - o blog e o site logo serão atualizados. passeiem por lá.
www.nothingday.hpgvip.ig.com.br

7 - o DIA DO NADA a partir de agora será descentralizado, pulverizado, fragmentado, dissolvido (mania q eu tenho de sinônimos). Ou seja, faremos vários trabalhos (é, trabalho!) durante o ano e teremos sempre a primeira segunda de maio para comemorar o nosso dia, fazendo NADA.

terça-feira, maio 03, 2005

folha de londrina 03/05 - folha2

http://www.bonde.com.br/folha/folhad.php?id=359&dt=20050503


HAPPENING - Um 'nada' muito criativoMarcado este ano por performances mais elaboradas, o Dia do Nada, em sua 4º edição'' parou transeuntes na Praça Rocha Pombo, em Londrina

O olhar indagador das pessoas era constante na Praça Rocha Pombo, ontem à tarde, onde dezenas de artistas se reuniram para celebrar o ''4º Dia do Nada'', que tem como proposta fazer uma reflexão sobre o ócio depois do Dia do Trabalho. Chamado de happening, o manifesto reuniu diversas expressões artísticas como forma de chamar a atenção das pessoas. Até uma manifestação de ''nada de roupa'' quase aconteceu, frustrando um grupo de adolescentes que desde o meio-dia estavam na praça à espera do nu completo, que havia sido divulgado previamente como parte da instalação ''Corpo sem roupa, roupa sem corpo''. ''Por favor, você pode me explicar o que significa isso?'', questionou-me o aposentado João Messias, 75 anos, que sentado na escada da praça acompanhava a manifestação. Sem trabalhar há cinco anos, disse que achava a vida mais interessante quando estava na ativa. Como lazer, costumava visitar os amigos. ''Era dono de madeireira e 'não fazia nada'...'', brincou o aposentado que se redimiu dizendo que acordava às cinco da manhã todos os dias. ''E não estou achando muita graça disso que eles estão fazendo', afirmou o aposentado, que mesmo assim permaneceu sentado observando as performances.
Do outro lado do jardim, as câmeras digitais e de televisão se voltaram para o quase nu artístico da estudante que pediu para não ser identificada. Sentada no gramado junto com amigos que fumavam cigarros e tomavam vinho, ela tirou a a calça, a blusa e o sutiã. Depois de colocar o violão na frente do corpo, só de calcinha, cantou algumas músicas, mas depois acabou vestindo sua roupa. ''Fiquei meio constrangida. Achei que mais pessoas iriam tirar a roupa também. Mas valeu como manifestação artística'', comentou a estudante.
Na parte de maior trânsito da praça, foi montado um varal com várias peças de roupas engessadas penduradas, além de roupas espalhadas pelo chão que podiam ser levadas pelos transeuntes. No varal também foram colocadas peças do trabalho artístico de Ariany Cristina Damas. ''Sudáryos'' denomina os pedaços de tecido de algodão com impressões de tintas sobrepostas sobre o corpo da própria artista. ''Esse trabalho reflete a impressão como o mundo me vê, indago a questão do digital, da identidade corporal. Acho que o Dia do Nada contribui para fazer com que as pessoas pensem que 'quando não se faz nada' também se está produzindo. O trabalho de pensar também é extremamente significativo'', disse a artista.
E como tudo é válido no Dia do Nada, até sopa de pedra virou atração. Montada de forma improvisada, uma lata de tinta virou panela sob lenhas amontoadas entre placas de concreto. O artista-cozinheiro foi João Carlos Zaniolo, autor da performance ''Fomiséria''. ''O meu trabalho é um lembrete destacando que hoje tem um monte de gente comendo sopa de pedra, uma água quente com farinha, por exemplo. É uma forma de protesto para ver se a situação melhora'', ressaltou.
Quem não pode ser questionado foi o casal de artistas que sentados frente à frente iriam ficar cerca de quatro horas amarrados em cadeiras, isolados, com os ouvidos, os olhos e a boca vedados (no momento da reportagem eles já estavam há duas horas e meia nessa situação), na ''Performance da Incomunicação''.
O artista plástico Rubens Pillegi Sá, idealizador e organizador do evento, destacou que a escolha da praça para o Dia do Nada foi proposital. ''Ela é o nada que tem vida entre dois espaços mortos (Museu de Arte e Museu Histórico), inoperantes, rodeados por grades. Hoje a praça é um local frequentado por prostitutas e usuários de drogas, bem no coração da cidade. O ideal seria que houvesse uma ação participativa do poder público e não excludente. Sobre a manifestação, é uma forma de mostrar que não existe dicotomia entre trabalhar e não trabalhar. O mundo sempre está em movimento e o seu corpo reage, trabalha.'' A partir deste ano o Dia do Nada entra em novo formato. Durante o ano serão apresentadas performances dentro da proposta, independente da data comemorativa de 2 de maio. Palestras também estão sendo planejadas para reforçar o debate sobre o tema. O Dia do Nada também teve manifestações em São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, Bahia e Macapá. Mais informações sobre o Dia do Nada no site www.nothing-day.hpgvip.ig.com.br.
Ana Paula NascimentoReportagem Local

folha de londrina 03/05

http://www.bonde.com.br/folha/folhad.php?id=474&dt=20050503


Dia do Nada termina com artistas na cadeia
O Dia do Nada manifestação promovida há quatro anos por artistas londrinenses que destacam a importância do ócio após do Dia do Trabalho (leia mais na Folha 2) - acabou ontem com a prisão de três participantes. O evento foi realizado à tarde na Praça Rocha Pombo. O artista plástico Rubens Pillegi Sá, 43 anos, a aluna de artes plásticas da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Thaís Toledo, 22 anos, e o ex-aluno de Ciências Sociais, Rodrigo Xavier Valin, 26 anos, foram algemados e encaminhados para a 10 Subdivisão Policial por volta das 18 horas, enquadrados em ''ato obsceno'' e ''desacato à autoridade''. Segundo a polícia, transeuntes teriam requerido o serviço policial após virem Valin sem roupa. Os policiais disseram que, ao abordar o grupo, houve resistência e os outros dois manifestantes também tiraram a roupa. A estudante de Ciências Sociais da UEL, Thaís Regina Mantovanelli da Silva, que também participava do evento, disse que houve violência na abordagem da polícia, e que os colegas ficaram poucos minutos sem roupas. ''Quando os policiais chegaram, eles já estavam vestidos. Questionamos a prisão do Deti (Valin) e eles nos ameaçaram dizendo que até aquela hora ainda não estavam mostrando o que é ser 'policial''', destacou Thaís, acrescentando que eles usavam armas de grosso calibre. A estudante de jornalismo da UEL Paula Oliveira Cantieri, 22 anos, afirmou que foi agredida. Com marcas avermelhadas no pescoço e na mão de direita, disse que foi machucada após um policial tentar pegar sua câmera fotográfica. ''Ele não conseguiu pegar minha câmera. Vou a um posto de saúde para depois prestar queixa por agressão'', afirmava ela, que junto com outros amigos dos manifestantes detidos aguardava na porta da delegacia a resolução do caso. O delegado de plantão, Aírton Suplício, garantiu que os manifestantes seriam soltos ainda ontem e que responderão em liberdade o termo circunstanciado por ato obsceno. Se forem condenados, a pena nesses casos normalmente é trabalho administrativo ou prestação de serviço social.
Ana Paula NascimentoReportagem Local

jornal de londrina 03/05/2005

http://tudoparana.globo.com/jornaldelondrina/variedades/conteudo.phtml?id=458626

go-to

olá, rubens
acho legal (e importante) a gente se dar um tempo para divagar, descansar, curtir, imaginar possibilidades, fazer conexões descompromissadas sobre a vida, desfuncionalizar-se. esses tempos (e vários deles são necessários...) seriam dias do nana. gosto de imaginar isso assim, dissimulado ao longo do tempo, podendo ocorrer em diferentes lugares, adequado aos desejos pessoais e coletivos de cada um. desejos coletivos, também, sim, pois há nadas feitos juntos. acho que nada (ou quase) seria mais fugidio do sentimento de obrigatoriedade associado a certos conceitos de "trabalho" que essa liberdade de lugar e tempo para se inserir os próprios "vazios", "nadas" ou "tempo para si próprio". e essa diluição social de "nadas" singularizados nas experiências pessoais etá também muito distante de qualquer tentativa de controle dos "big brother" da vida.
Na sequência de emails, lhe envio 2 fotos que tem a ver com isso. são de "nadas" de outros dias, num espaço de intimidade (que poderia ser em qualquer lugar).
ontem, no dia do nada, estava trampando. então, outros "nadas" são necessários.
abç,
goto

jornal de londrina

PERFORMANCE - Grupo de artistas locais promove o Dia do Nada na Praça Rocha Pombo
A arte de fazer nada
Participantes querem provocar reflexão sobre o trabalho realizado de forma mecânica e sem prazer

“E a sopa de hoje, vai ficar boa?” perguntou a aposentada Holanda Moreira, 65 anos, em meio à Praça Rocha Pombo (Região Central), no início da tarde de ontem. Holanda se referia à sopa “preparada” dentro de um latão de tinta sobre uma pequena fogueira. Na lata estavam os únicos ingredientes: água e pedras. A instalação era parte do Dia do Nada, evento promovido desde 2002 por um grupo de artistas sempre um dia após o Dia do Trabalho. A idéia principal, segundo eles, é promover um dia de reflexão sobre os trabalhos realizados de forma mecânica ou sem prazer. Holanda Moreira foi uma das pessoas que ontem passaram pela praça e entraram em contato com o grupo de artistas. Em anos anteriores, a proposta foi se entregar ao ócio; agora, os artistas realizaram várias instalações e projetos de arte. Ainda bem confusa, a aposentada resolveu assistir à movimentação e se assustou com um rapaz sentado em uma cadeira sendo amarrado, amordaçado e vendado. “E quanto tempo ele vai ter para se desamarrar? Ele é mágico?” O rapaz amarrado realizava uma “performance da incomunicabilidade. É o fomemiséria”, como definiu o artista plástico Rubens Pileggi, um dos organizadores do Dia do Nada. Havia outras instalações, como um varal onde roupas “engomadas” com gesso enfeitavam as árvores. Junto com uma rede para descansar, o varal fazia um mosaico das propostas colocadas pelo grupo. “Cada vez mais é claro para mim que esse dia é um suspensão do real dentro dessas rotinas normais”, completou Pileggi.O Dia do Nada ainda preparava outras surpresas ou propostas para as pessoas que desaceleravam a caminhada, enquanto atravessavam a praça e observavam os acontecimentos. Os usuários mais comuns do local também permaneciam nos bancos da praça. A previsão era de que as pessoas fizessem um nudismo voluntário em praça pública, no projeto “Corpo sem roupa, roupa sem corpo”. “A coisa do nu é representada na arte desde a Grécia antiga”, defendeu o artista.Mas, até o momento que a reportagem do Jornal de Londrina ficou no local, ninguém havia realizado um nu artístico. Também não teve muito movimento a Parada Gay idealizada pelos artistas para acontecer durante à tarde, nas escadas da Catedral de Londrina. Nenhuma pessoa foi vista envolvida no movimento. “É um conceito não autoral, não organizado e não artístico”, prontamente defendeu o proponente da parada, o artista Tadheo Amélio.Segundo ele, as pessoas estariam convidadas a participar da parada para expor suas opiniões sobre a Igreja Católica, mas nada foi marcado com nenhum grupo e ou representantes de associações. “Não é gincana. Eu propus isso para que sejam levantadas questões como o fechamento das portas da igreja os homossexuais”, completou Amélio. Enquanto isso os policiais que fazem a ronda na região pararam para observar o que chamava atenção dos pedestres. Tudo tranqüilo; eles logo voltaram à rotina normal de trabalho. Então apareceu mais uma pessoa curiosa. E sapecou algumas perguntas para os artistas. “Perguntei o que era isso. Me disseram que era Dia do Nada”, contou Takeshi Shirochi, 73 anos.Questionado se aprovava um Dia do Nada, ele foi prático. “Todo dia tem alguma coisa para fazer. Dia do Nada é bom para nadá (nadar)”, disse ele carregando no acento nipônico. A reportagem do JL ainda tentou fazer mais algumas pergunta a Shirochi, mas ele respondeu. “Não tenho tempo. Tenho que correr atrás do dinheiro. Deixa os artistas fazerem arte e a gente trabalhar.”–
Fernando Araújo

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"4º Dia do Nada" parou pedestres na Rocha Pombo

Marcado este ano por performances mais elaboradas, o Dia do Nada, em sua 4ª edição parou pedestres na Praça Rocha Pombo

O olhar indagador das pessoas era constante na Praça Rocha Pombo, durante a tarde desta segunda-feira, onde dezenas de artistas se reuniram para celebrar o "4º Dia do Nada", que tem como proposta fazer uma reflexão sobre o ócio depois do Dia do Trabalho. Chamado de happening, o manifesto reuniu diversas expressões artísticas como forma de chamar a atenção das pessoas. Até uma manifestação de 'nada de roupa' quase aconteceu, frustrando um grupo de adolescentes que desde o meio-dia estavam na praça à espera do nu completo, que havia sido divulgado previamente como parte da instalação "Corpo sem roupa, roupa sem corpo".

>> Reportagem completa na Folha de Londrina - Folha2 - desta terça-feira

polícia para quem precisa

quando tava acabando o dia, o déte, q já tinha provocado os porco o dia todo, vai e me tira a roupa. e os caras ganharam ele. aí a Tatu, uma garota franzina, mas roquenroll paulêra correu atrás dos meganha e chutou o cu de um deles q já tinha chamado a RONE. Nessa alturas eu já tinha despido as calças com mais duas meninas, mas os caras só levaram mais eu e a Tatu. Passamos boas 5 horas enjaulados, fazendo, de fato, nada. Até que liberaram a gente. Lá fora a turma toda tocava, cantava e bebia, para desespero dos monte de merda caga regras dos polícia.
Daqui uns meses temos q ir ao tribunal pagar sei lá o q de cesta básica e eu lembrei a história que o Hans Richter conta no Dadá Arte e Anti-Arte, do alemão Baader, que tinha salvo conduto com uma carteirinha de louco, expedida pela polícia.
Ou a província nos providencia uma dessas ou daqui a pouco não vai ter mais lugar na cadeia pra tanto "atentado ao pudor" e desacatos às otoridades...

e 1/2 amoras

Hoje o dia por aqui foi do caralho! teve gente que passou o dia na rede. entrevistei o pileggi ao vivo no Dia do Nada para a Rádio Difusora de Macapá. No melhor do papo, ( porra!!!!) caiu a ligação. mas a gente já tinha enfiltrado uma boa parte de nada na cabeça de muita gente; além do que e para tanto divulgamos também a Fomiséria, sudaryo,tirando onde em califórnia, Corpo sem roupa, roupa sem corpo, etcetcetcetc.Porra, essa matéria matéria foi ducaralho ou quase nada.
amoras

segunda-feira, maio 02, 2005

chapinha

brincar com a oficialidade padrão da esté tica feminina, fazendo chapinha no cabeloe indo ao vento depois de uma sessão de cabelereiro, é, no mínimo, um sarro à vaidade querendo parecer o q n é.
pertence a um olhar q acostumou a gostar das mesmas coisas da moda q todos aceitam, mas despreza profundamente essa maneira de ser.