quarta-feira, março 02, 2005

nothind day 2005


Seu próprio nome já diz tudo e qualquer apropriação comercial ou política do Dia do Nada só pode existir de maneira crítica, não autoral e não objetual. Qualquer tentativa de usá-lo em sentido diverso da desobjetivação, deixa de ser Dia do Nada.
Tal argumentação em defesa de princípios, salvaguarda uma das questões que fazem parte do eixo central de seu programa ideológico, que é a especulação sobre o trabalho que se tem em realizá-lo.
Ora, em física, a definição de trabalho é a energia gasta por um corpo em movimento, de um ponto a outro. Portanto, o Dia do Nada, pelo seu próprio caráter, não se opõe ao trabalho, mas ao trabalho desprazeroso, mecânico e explorador. Ele não é contra o trabalho. Ele é a favor do prazer em fazer. Por isso, não se trata de não fazer nada, mas de FAZER NADA, o que é muito diferente uma da outra coisa.
Traz, também, em sua essência, a busca última pregada pela doutrina Zen Budista, que é quando o discípulo atinge o Nirvana, a iluminação (satori), o absoluto, tornando-se um só com o vazio, o silêncio e o nada.Esse estado de graça deixa de compreender o universo como realidade dicotômica e passa a incorporar os opostos como parte de uma mesma energia. Portanto, o nada é tudo. E tudo, é nada.

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