quarta-feira, outubro 19, 2005

e-mail de arhur leandro

eu argumentaria expondo todos os casos em que a proposta poética enfrentou as questoes legais, tu tens o antecedente de Antonio Manuel e isso ja é um dado que conta a teu favor. Nao acredito que tenhamos força para responder unica e exclusivamente pela Lei, uma vez que (meus pais sao advogados, meu avo foi juiz e conheço esse meio) a leitura dos profissionais do direito é na maioria das vezes positivista - vale o que esta escrito e pronto acabou-se. Acredito que a saida para nos é argumentar pela poética e comparar com outras praticas que colocam em xeque a propria legalidade...

Vou expor alguns casos que tenho de cabeça e que ja usei para me defender em processos administrativos por cause de trabalhos produzidos pelos meus alunos, e que foram considerados ofensivos e/ou outras denominaçoes legais que me dou o direito de esquecer momentaneamente:
Cosmococca (incitaçao ao uso de drogas?!)
Aquele cara que nao sei nome e que disseca defuntos (violaçao de cadaver?!)
As galinhas do Cildo (crueldade com animais domesticos?!) e os carimbos nas notas (dinheiro é patrimonio da Uniao, isso é depredaçao do patrimonio publico?)
Tem mais um que lembro agora que é dum processo acho que no Brancusi por causa da alfandega quando da entrada das obras dele nos EEUU (Glorinha fala disso num dos anais dos encontras da EBA, acho que é no de 99), os alfandegarios consideraram importaçao de materia bruta e cobraram imposto, e o caso foi a julgamento e considerado arte e liberado de imposto

Acho que deves faze-los compreender como arte e nao como atentado violento..., e começar a perguntar o que seria da arte contemporanea se todos esses casos fossem tratados apenas como casos de policia e nao como propostas poéticas... Vais encontrar muitos outros, do Barroco a Genet temos casos semelhantes.

Wednesday, October 19, 2005 4:36 PM

Subject: mano, nao sei como ajudar
mas qualquer abaixo assinado de apoio taca meu nome sem problema. Arthur

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