quinta-feira, abril 08, 2010

Arte é nada, por Gui Mallon

Se tudo é arte, então arte é nada.
Pois como diferenciar arte de qualquer outra coisa?
Daí o Nadismo que se espalha glorioso de Norte a Sul.
Viva a Inutilidade total! Viva o Nadismo,
o restabelecimento do lúdico puro.
Não é ingenuidade, é altamente político e estratégico.
Como a técnica russa de "terra dizimada" frente a Napoleão e Hitler.
A "Terra Dizimada" se iniciou com a subversão da autoestética proposta
pelos punks, continuou-se com o dogma (que fez filmes com 100 reais
e que recentemente culminou no primeiro longa feito com celular em 2008:
http://www.smssugarman.com/

Fazer arte por nada, nenhuma razão prática, material, estética, religiosa, política.
Impro-noise total. Fazer arte como extensão do olhar, dos sentidos.
Fazer arte como se faz sexo sem o objetivo da procriação, para
nos engravidar de NADA!
Viva o NADISMO!
Vamos continuar nossa autofragmentação cultural
de sentidos e valores que, ao final, não haverá Tv Globo
ou CBS que consiga competir conosco na busca do Nada.

Importante: Nada não-dá dinheiro.
É altamente subversivo fazer as coisas sem pensar em dinheiro!
É recuperar o tribal.
É recuperar, milagrosamente, o indivíduo 
retirando-o, essa casca de noz, do oceano monolítico que tem moldado cabeças e civilizações.
Abaixo a economia, essa ciência da escassez e da mediocridade.

E tudo isso sem pensar nisso.
No impronoise.
Por nada!

Obrigado!
(por nada)

Gui Mallon

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