domingo, março 15, 2009

reflexões

Como sugere Merleau-Ponty, a arte é aquele trabalho que concretiza a presença habitada
por uma ausência que não cessa, por um aspirar ao que não se conhece, por uma plenitude
nascida de um vazio e de um instante de prazer, de uma carência, pois é no vazio
determinado em que “algo” falta que a arte surge como promessa. E é o “volume” do que
há ainda para ser dito que chama o artista à necessidade de preenchimento desse vazio,
transpassando à força de qualquer vivido, uma vez que sempre “algo de indizível sustenta
por dentro o dizível”. Há sempre uma parte muda, furtada, inapreensível em nós que
subsiste enquanto necessidade premente do dizer.

parte do texto Poesia com dromos: “À” de Luis Andrade - O encontro-reflexo dos dois lados do espelho, de Ana Paula de Miranda
in Concinnitas 13, dez. 2008 - Revista da pós graduação em Artes do Instituto de Artes da UERJ

Nenhum comentário: